Biografia de Marcos Sabino (Concluída e Atualizada)
Marcos Sabino Braga Ferreira, nascido em Niterói (RJ) em 27 de janeiro de 1959, é um talentoso cantor, compositor, instrumentista e produtor musical brasileiro. Sua paixão pela música se manifestou desde cedo, levando-o a estudar violão no Conservatório de Música de Niterói e Teoria Musical e Vocalização na Escola de Música Villa-Lobos.
Sua trajetória musical começou na adolescência, integrando um conjunto de rock chamado Os Inocentes. Além de tocar em bailes e festivais estudantis no interior do Rio e de Minas Gerais, fez parte dos grupos Antares (em 1975) e O Circo (em 1978). Ainda em 1978, venceu o Festival de Miracema com a composição “Esperança”. Em 1980, conquistou o primeiro lugar como melhor intérprete no Festival de Campinas e o primeiro lugar no Festival do Rio Grande do Sul. Em 1979, foi um dos idealizadores do movimento "Niterói vai sumir".
O ano de 1982 marcou um ponto crucial em sua carreira com o lançamento de seu maior sucesso, a balada romântica "Reluz". Essa canção, composta por ele sem parceria, lançada inicialmente em compacto simples e depois como título de seu primeiro LP (produzido por João Augusto), consagrou-o nacionalmente, vendendo mais de 550 mil cópias e rendendo Discos de Ouro e Platina.
Ao longo de sua prolífica trajetória, Marcos Sabino gravou onze álbuns.
Seu segundo álbum, "Iluminar" (1983), também alcançou Disco de Ouro e incluiu músicas como "De Qualquer Maneira (sabe...)" (com Dalto) e "Na Mira do Olhar". O álbum "Simples Situação" (1985) trouxe os sucessos "Tudo Por Amor" e "A Luz do Seu Olhar". "Romance e Prazer" (1989) apresentou "Adoro" (com Paulinho Lima e Dalto) e "Meia-noite Baby" (com Dalto).
Além de sua carreira como intérprete, Marcos Sabino deixou sua marca na música brasileira através de composições que integraram trilhas sonoras de novelas da Rede Globo, como "Sabe" ("Pão pão, beijo beijo"), "Dança das horas" ("Ti-ti-ti"), "Adoro" ("Bebê a Bordo") e "História de amor" (da novela homônima), e foram gravadas por diversos outros artistas renomados. Em 2007, apresentou-se no programa Rei Majestade.
Sua versatilidade o levou a trabalhar com produção de CDs para as gravadoras EMI, Universal MCA, Indie e Niterói Discos, entre outras, e a contribuir para a cultura de sua cidade natal, exercendo a presidência da Fundação de Arte de Niterói (FAN) por duas ocasiões.
Com sua voz marcante e canções que tocam o coração, Marcos Sabino permanece como uma figura importante na história da Música Popular Brasileira, sendo "Reluz" um clássico atemporal que continua a encantar gerações.
Uday Veloso, artisticamente conhecido como Benito di Paula, nascido em 28 de novembro de 1941 em Nova Friburgo, Rio de Janeiro, é um dos nomes mais singulares e talentosos da música popular brasileira. Filho de um ferroviário músico amador com ascendência cigana e Dona Maria, Benito cresceu em uma família humilde de 12 irmãos. Sua jornada musical começou cedo, influenciado pelo pai no aprendizado de instrumentos de corda.
Aos 15 ou 16 anos, adotou o nome artístico "Benito" a convite de Alfredo Mota, ao começar a cantar em um hotel em sua cidade natal. Mais tarde, o "di Paula" foi adicionado, conferindo um toque italiano ao seu nome. Após servir ao Exército no Rio de Janeiro, Benito iniciou sua carreira profissional na noite carioca, cantando em boates como a Balalaika, em Copacabana.
A convite de um casal, mudou-se para São Paulo, onde continuou a se apresentar em casas noturnas, incluindo a icônica Catedral do Samba, no Bixiga. Seus primeiros passos na indústria fonográfica foram marcados por lançamentos modestos e parcerias.
A Ascensão e o Sucesso nos Anos 70
A grande virada em sua carreira aconteceu em 1971, quando assinou contrato com a gravadora Copacabana e lançou seu primeiro LP, intitulado "Benito Di Paula". O disco trazia uma versão de sucesso de "Azul da Cor do Mar", de Tim Maia, e a canção "Apesar de Você", de Chico Buarque, que havia sido censurada. Em 1972, lançou seu segundo álbum, "Ela", que, apesar de não ter grande impacto comercial no Brasil, teve algumas faixas tocadas nos Estados Unidos.
O ano de 1973 marcou a explosão de Benito di Paula com o lançamento do LP "Um Novo Samba". Este álbum consagrou o artista com o mega sucesso "Retalhos de Cetim", que se tornou a segunda música mais tocada naquele ano. A capa do disco já apresentava sua imagem característica: barba, cabelos longos e uma profusão de acessórios.
Benito di Paula revolucionou o samba ao criar o seu próprio estilo, que ficou conhecido como "samba jóia". Essa inovadora mistura incorporava o piano e arranjos românticos e jazzísticos ao samba tradicional, o que inicialmente gerou críticas de alguns puristas que consideravam sua música "comercial". No entanto, o público abraçou essa nova sonoridade.
Em 1974, lançou o LP "Gravado Ao Vivo", que emplacou sucessos como "Beleza Que É Você Mulher", "Além de Tudo" e "Charlie Brown". A icônica "Charlie Brown", inspirada no personagem dos quadrinhos Peanuts, levou cinco anos para ser finalizada. Em 1975, sua música "Quero Ver Você de Perto" foi gravada por Roberto Carlos antes mesmo de Benito lançá-la.
O ano de 1975 também foi significativo, pois Benito se tornou apresentador do programa musical "Brasil Som 75" na TV Tupi de São Paulo. O sucesso do programa gerou um álbum homônimo, lançado no mesmo ano, que contou com a participação de diversos artistas e apresentou o hit "Mulher Brasileira". A canção "Charlie Brown" também alcançou sucesso internacional.
Anos 80 e 90
A década de 1980 foi marcada por uma constante mudança de gravadoras e um declínio na exposição midiática de Benito di Paula. Seu estilo musical passou por algumas nuances, com um samba mais calmo no início da década. Em 1980, lançou um disco com sonoridade diferenciada, incluindo sua própria versão de "Quero Ver Você de Perto", "De Quem É Essa Morena" (com participação de Chico Anysio) e uma homenagem a Vinícius de Moraes.
Houve uma tentativa de projeto com Silvio Santos, um programa de entrevistas com cantores intitulado "O Som do Brasil", que acabou não seguindo adiante, sendo exibido apenas como um especial. De forma inesperada, a gravadora Copacabana rescindiu todos os contratos com Benito após o lançamento de um disco.
Os anos 90 representaram os últimos anos de grande exposição nacional de Benito di Paula, embora ele continuasse lançando álbuns regularmente, cerca de um a cada dois anos. Em 1990, lançou "Fazendo Paixão" pela RCA Vitor, com videoclipe gravado na Ilha de Paquetá. Em 1992, saiu "A Vida Me Faz Viver", seu último álbum pela Copacabana. A música "Meto o Pé na Porta" ganhou novas versões na voz de outros artistas, como Jean e Giovanni. Em 1994, lançou "Pode Acreditar" pela RGE, com a marcante "Cena de Nosso Campeão", uma homenagem a Ayrton Senna. Em 1996, foi a vez de "Baileiro" pela Paradoxx Music.
Anos 2000 e Afastamento da Mídia
Nos anos 2000, Benito di Paula se afastou um pouco da grande mídia, com raras aparições. No entanto, suas músicas continuaram vivas na voz de outros artistas, com destaque para o sucesso da regravação de "Do Jeito Que a Vida Quer" pelo grupo Revelação em 2002 e de "Retalhos de Cetim" por Alcione em 2003. Em 1997, publicou seu livro de contos "Cantos e Contos do Benito de Paula".
Retorno e Anos Recentes
Os anos 2020 foram marcados por um profundo momento de dor para Benito di Paula com o falecimento de seu filho André Veloso em 2019. Essa perda o afetou profundamente, levando-o a enfrentar a batalha contra a depressão. Em meio ao luto, a música se tornou um canal para expressar seus sentimentos, culminando em uma emocionante homenagem ao filho. Em 2020, em parceria com seu outro filho, Rodrigo Vellozo, Benito lançou a canção 'Lágrimas do Meu Sorriso', uma tocante expressão de saudade e amor paterno.
Encontrando força na família e em sua paixão pela música, Benito seguiu sua jornada artística. A colaboração contínua com Rodrigo Vellozo se manteve como um importante elo, resultando no lançamento do álbum 'Infalível Zen' em 2021. Esse trabalho em conjunto não apenas celebra a música, mas também representa uma bela forma de honrar a memória de André.
Anteriormente, na década de 2010, Benito já havia demonstrado um retorno vibrante aos palcos e à mídia, com o lançamento de seu primeiro CD/DVD ao vivo em 2009, participações em homenagens a outros artistas e o lançamento do álbum 'Essa Felicidade É Nossa' em 2016. Sua trajetória nos anos recentes, marcada pela dor da perda, pela força da família e pela resiliência através da música, reforça seu legado como um artista que continua a emocionar e inspirar.
Discografia de Benito di Paula
Álbuns de Estúdio
Benito Di Paula (1971)
Ela (1972)
Um Novo Samba (1973)
Brasil Som 75 (1975)
Superstar (1976)
O Mundo Musical de Benito Di Paula (1977)
Caprichoso (1978)
Apesar dos Nossos Planos (1979)
Novo Millennium (1980)
Especial (1981)
Bom Demais (1982)
Que Broto (1983)
Jeitinho Brasileiro (1984)
Nação Brasileira (1985)
Direito de Amar (1986)
De Corpo e Alma (1987)
Benito Di Paula (1988)
Fazendo Paixão (1990)
A Vida Me Faz Viver (1992)
Pode Acreditar (1994)
Baileiro (1996)
Talento e Classe (1999)
Fim de Semana (2003)
Perfil (2004)
Para Sempre (2006)
Essa Felicidade É Nossa (2016)
Infalível Zen (com Rodrigo Vellozo) (2021)
Álbuns ao Vivo
Gravado Ao Vivo (1974)
Benito di Paula Ao Vivo (CD/DVD) (2009)
Coletâneas
O Melhor de Benito Di Paula (1989)
20 Super Sucessos (1997)
Millennium (1998)
Antologia (2000)
Meus Momentos (2000)
Série Sem Limite (2001)
O Talento de Benito Di Paula (2002)
Warner 25 Anos (2003)
O Melhor de Mim (2004)
Maxximum (2005)
Novela Mania (2006)
Warner 30 Anos (2006)
Essencial (2010)
10 Anos de Saudade (2010)
Bis (2011)
Clássicos (2013)
Raízes do Samba (2014)
Ídolos (2014)
Série Ouro (2016)
Maxximum 2 (2016)
O Essencial de Benito Di Paula (2018)
Benito 80: Novo Samba Sempre Novo (2021)
Referências
Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira
Immub - Instituto Memória Musical Brasileira
Wikipedia
Letras.mus.br
Discogs
Vagalume
Cifra Club
Spotify
Vídeo "História de Vida" do programa Hoje em Dia (Record TV)
Antônio Carlos Belchior nasceu em 26 de outubro de 1946, em Sobral, Ceará. Cresceu em um ambiente musical, influenciado por cantadores de feira, Luiz Gonzaga e pelo coral da igreja. A cidade de Sobral, marcada pelo experimento de comprovação da Teoria da Relatividade de Einstein em 1919, despertou sua curiosidade e senso crítico.
Desde jovem, Belchior foi influenciado por artistas como Ângela Maria, Cauby Peixoto e Nora Ney. Ele também teve formação musical formal, estudando canto coral e piano com Acácio Halley.
Estudou em um colégio de padres franciscanos e, posteriormente, ingressou no curso de Medicina na Universidade Federal do Ceará. Durante a vida universitária, participou ativamente de festivais de música, destacando-se em 1971, quando venceu o IV Festival Universitário da MPB com a canção "Na Hora do Almoço".
Início da Carreira: O Pessoal do Ceará e a Busca por Reconhecimento
Após a universidade, Belchior mudou-se para Fortaleza, onde se juntou a artistas como Fagner, Ednardo e Amelinha, formando o movimento "Pessoal do Ceará". A parceria com Fagner rendeu frutos, como a canção "Mucuripe". Em busca de reconhecimento nacional, Belchior mudou-se para o Rio de Janeiro e, posteriormente, para São Paulo.
Em 1974, lançou seu primeiro álbum, Belchior, que já anunciava sua originalidade. No entanto, foi com o álbum Alucinação (1976) que alcançou o sucesso e se consagrou como um dos maiores nomes da MPB.
Auge e Sucessos: Alucinação e a Consagração na MPB
Alucinação é considerado um dos álbuns mais importantes da história da MPB, com canções icônicas como "Velha Roupa Colorida", "Apenas um Rapaz Latino-Americano", "Como Nossos Pais" e "A Palo Seco". Suas letras, poéticas e reflexivas, abordavam temas como juventude, identidade e busca por sentido na vida.
A interpretação de "Como Nossos Pais" por Elis Regina em 1976 elevou a canção a um novo patamar de popularidade, consolidando a parceria entre os dois artistas. Belchior lançou outros álbuns importantes, como Coração Selvagem (1977), Todos os Sentidos (1978) e Um Concerto Bárbaro (1979), mantendo-se como um dos principais nomes da música brasileira.
Belchior era conhecido por sua vasta cultura e interesse por literatura e filosofia. Esses interesses se refletiam em suas composições, que frequentemente abordavam questões existenciais e sociais. Sua capacidade de driblar estereótipos e sua voz lúcida o tornaram uma figura única na música brasileira.
Autoexílio: A Busca por Liberdade e Autenticidade
Nos últimos dez anos de sua vida, Belchior optou pelo autoexílio no sul do Brasil. Longe dos holofotes e da fama, embarcou em uma jornada nômade, percorrendo cidades e hospedando-se em hotéis modestos. Para alguns, foi uma fuga; para outros, a materialização da busca por liberdade e autenticidade, sempre presente em suas letras.
Apesar da simplicidade da vida nômade, enfrentou problemas financeiros devido à falta de shows e à má administração de seus bens. Ainda assim, continuou compondo e refletindo sobre o mundo.
Apesar de sua reclusão nos últimos anos de vida, Belchior mantinha uma relação cordial com a mídia. Ele explicava que não controlava as coletâneas de sua obra, atribuindo essa responsabilidade às gravadoras. Essa postura demonstra sua humildade e compreensão do mercado musical.
Últimos Anos e Morte
Nos últimos anos, Belchior permaneceu afastado dos holofotes. Faleceu em 30 de abril de 2017, aos 70 anos, em Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul, vítima de uma dissecção da aorta. Foi relatado que ele morreu ouvindo música clássica, o que adiciona um toque de serenidade à sua partida.
Legado e Influência
Belchior deixou um legado de canções que continuam a inspirar gerações. Seu reconhecimento póstumo cresceu, com regravações, tributos e estudos sobre sua obra. Em 2017, sua história foi revisitada em diversos documentários e homenagens, reafirmando sua relevância no cenário musical brasileiro.
A Universidade Sorbonne Nouvelle Paris 3 publicou um livro online da professora-doutora Josely Teixeira sobre Belchior, contribuindo para que sua obra seja mais bem compreendida na Europa.
Belchior continua a influenciar novas gerações de músicos e fãs. Sua obra é revisitada em documentários, tributos e regravações, reafirmando sua relevância no cenário musical brasileiro. Eventos e publicações recentes destacam a atualidade de suas composições e a profundidade de suas letras.
Discografia
Belchior (1974)
Alucinação (1976)
Coração Selvagem (1977)
2 é demais (1978)
Todos os Sentidos (1978)
Um Concerto Bárbaro (1979)
Objeto Direto (1980)
Era Uma Vez Um Homem e Seu Tempo (1982)
Paraíso (1982)
Cenas do Próximo Capítulo (1984)
Um Show (10 Anos de Sucesso) (1986)
Melodrama (1987)
Elogio da Loucura (1988)
Alucinação (1991)
Divina Comédia Humana (1992)
Baihuno (1993)
Vício Elegante (1996)
Autorretrato (1999)
Referências Bibliográficas
Correio Braziliense: "Do sucesso à reclusão: a história e a vida do cantor Belchior".
CNN Brasil: "Nos 5 anos da morte de Belchior, entenda porque os jovens redescobriram o músico".
Livro: Viver é Melhor Que Sonhar - Os últimos caminhos de Belchior.
Entrevistas de Belchior no programa do Jô Soares e vídeos do YouTube.
Agência Brasil: "Belchior morreu de causas naturais e ouvindo música clássica, diz delegada".
Jornal da Unesp: "Belchior: uma voz lúcida, mas pouco compreendida, que driblava estereótipos".
Veja: "Belchior: do sucesso ao sumiço".
Jornal Opção: "Sorbonne publica livro de brasileira sobre o cantor e compositor Belchior".
José Abílio de Moura Farias, conhecido artisticamente como Abílio Farias, foi um cantor brasileiro de estilo brega-romântico que deixou sua marca na música popular do Norte e Nordeste do Brasil. Nascido em Itacoatiara, no Amazonas, em 23 de fevereiro de 1947, Abílio iniciou sua carreira ainda na adolescência, aos 14 anos, cantando como amador na Rádio Baré, em Manaus. Foi ali que ele descobriu seu talento e conquistou um público fiel, que o acompanharia por décadas.
Abílio Farias consolidou-se como um dos grandes nomes da música brega, seguindo o estilo romântico e popular imortalizado por artistas como Waldick Soriano. Sua carreira ganhou impulso em 1977, quando foi levado ao Rio de Janeiro para gravar seu primeiro LP, intitulado Abílio Farias, pela gravadora Tapecar. A mesma gravadora já havia lançado outro ícone da música regional, Bartô Galeno, que se tornou uma grande influência para Abílio. Bartô não apenas abriu portas para o cantor amazonense, mas também contribuiu com quatro composições para o disco de estreia, incluindo o sucesso "Vou Fechar o Cabaret", que se tornou um marco na carreira de Abílio e permanece até hoje como um clássico em coletâneas musicais.
Ao longo dos anos 1970, Abílio Farias participou do famoso quadro "Cantor Mascarado", no programa de Chacrinha, consolidando-se como um artista querido pelo público. Em 1999, ele lançou o CD "Abílio Farias - Revive o Sucesso", pela EMI Brazil, que incluía regravações de seus maiores sucessos, como "Mulher Difícil, Homem Gosta", "Que Pena" e "Cabeça Oca". Essas músicas, marcadas por letras simples e melodias cativantes, refletiam o cotidiano e os sentimentos do povo, o que garantiu a Abílio um lugar especial no coração de seus fãs.
Com mais de 40 anos de carreira, Abílio Farias gravou 8 LPs e 13 CDs, tornando-se um dos artistas mais prolíficos e respeitados do gênero brega. Seu maior sucesso, "Mulher Difícil, Homem Gosta", é até hoje lembrado como um hino da música popular brasileira. Além disso, sua interpretação de "Negue", originalmente gravada por Nelson Gonçalves e Maria Bethânia, popularizou ainda mais a canção, mostrando sua capacidade de reinventar clássicos.
Apesar de sua carreira sólida, Abílio enfrentou desafios pessoais, incluindo uma luta de 30 anos contra a dependência química. Ele conseguiu superar o vício cinco anos antes de sua morte, ocorrida em 14 de junho de 2013, aos 66 anos, devido a complicações cardíacas. Abílio faleceu no Hospital do Coração, em Manaus, e seu velório foi marcado por uma emocionante homenagem: a execução da música "Luzes da Ribalta", de Charles Chaplin, interpretada por seu amigo, o coronel Martins. A escolha da canção foi um pedido do próprio Abílio, que havia feito um pacto com o amigo para que um prestasse essa homenagem ao outro no momento da despedida.
Abílio Farias deixou um legado musical inestimável, além de quatro filhos, todos criados em um ambiente artístico. Seu último show aconteceu em Humaitá, a 675 quilômetros de Manaus, e ele planejava uma turnê pelo Nordeste no segundo semestre de 2013. Seu último álbum foi uma homenagem a Waldick Soriano, outro grande nome da música brega, reforçando a admiração e a conexão entre os dois artistas.
Até hoje, Abílio Farias é lembrado como um dos maiores representantes da música popular do Norte e Nordeste, um artista que, mesmo sem o apoio massivo da mídia, conquistou o público com sua voz, suas interpretações e sua dedicação à música que o povo ama. Sua história é um testemunho do poder da música como expressão genuína da cultura e dos sentimentos de uma região.
Joanna, nome artístico de Maria de Fátima Gomes Nogueira, nasceu em 27 de janeiro de 1957, no Rio de Janeiro. Criada no subúrbio carioca, ela cresceu em um ambiente humilde, mas cercada pela riqueza cultural da música brasileira. Desde cedo, demonstrou interesse pela música, começando a cantar em festivais locais e eventos comunitários.
Início da Carreira (Década de 1970)
Joanna começou sua carreira como backing vocal em conjuntos de bailes e casas noturnas. Sua voz potente e emotiva chamou a atenção, e ela passou a participar de festivais pelo interior do Rio de Janeiro. Em 1979, após se destacar em um programa de calouros, ela assinou com a gravadora RCA (que mais tarde se tornaria BMG e, posteriormente, Sony BMG). No mesmo ano, lançou seu primeiro LP, "Nascente", que vendeu 80 mil cópias e marcou o início de sua trajetória de sucesso.
O primeiro grande hit de Joanna foi "Descaminhos", uma canção composta em parceria com Sarah Benchimol, que a projetou nacionalmente. A música se tornou um marco em sua carreira e a colocou no radar da música popular brasileira.
Consolidação e Sucesso nos Anos 1980
A década de 1980 foi o período de ouro de Joanna. Ela se consolidou como uma das principais vozes da música romântica no Brasil, com músicas que frequentemente integravam as trilhas sonoras de novelas da Rede Globo. Alguns de seus maiores sucessos dessa época incluem:
"Decisão" (da novela Brilhante)
"Momentos" (da novela Coração Alado)
"Recado" (da novela Livre para Voar)
"Amor Bandido" (da novela Bebê a Bordo)
Em 1981, Milton Nascimento compôs especialmente para Joanna a canção "Nos Bailes da Vida", em parceria com Fernando Brant. A música fez parte do álbum "Chama", lançado naquele mesmo ano.
Joanna também participou de projetos sociais e engajados, como o "Nordeste Já" (1985), que reuniu 155 vozes para arrecadar fundos para a seca no Nordeste. Além disso, ela fez parte do coro da versão brasileira de "We Are the World", o hit americano que levantou fundos para a África.
Em 1986, ela lançou o álbum "Joanna", que vendeu 1 milhão de cópias e se tornou o maior sucesso comercial de sua carreira. O disco contou com a participação especial do grupo Roupa Nova e incluiu hits como "Recado" e "Amanhã Talvez".
Anos 1990: Reinvenção e Projetos Especiais
Na década de 1990, Joanna deixou um pouco de lado o repertório comercial e se dedicou a projetos mais autorais e temáticos. Alguns dos destaques dessa época incluem:
"Canta Lupicínio" (1994): Um tributo ao compositor Lupicínio Rodrigues, que vendeu 400 mil cópias.
"Intimidad" (1998): Um álbum de boleros produzido pelo mexicano Armando Manzanero, gravado no México e que vendeu 250 mil cópias.
"Joanna Ao Vivo" (1999): Seu primeiro disco ao vivo, gravado no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, para comemorar 20 anos de carreira. O álbum trouxe o hit "Tô Fazendo Falta", que ficou meses no topo das paradas.
Anos 2000: Novos Rumos e Comemorações
Nos anos 2000, Joanna continuou a se reinventar. Em 2001, ela lançou o álbum "Eu Estou Bem", que incluía a música "A Padroeira", tema da novela homônima da Globo. A canção se tornou um de seus maiores sucessos e uma de suas favoritas.
Em 2003, ela lançou "Todo Acústico", um álbum com regravações de seus sucessos em formato acústico, gravado com participações especiais de outros artistas. Em 2004, comemorou 25 anos de carreira com o álbum "25 Anos Entre Amigos", que incluía duetos com grandes nomes da MPB, como Maria Bethânia, Gal Costa e Zeca Pagodinho.
Anos 2010: Música Gospel e Retorno à MPB
Em 2011, Joanna surpreendeu ao lançar um álbum gospel, "Em Nome de Jesus", em parceria com o padre Zezinho. O projeto foi uma homenagem à sua devoção religiosa, mas não alcançou o mesmo sucesso comercial de seus trabalhos anteriores.
Após o álbum gospel, Joanna voltou às suas raízes na MPB. Em 2012, ela realizou shows por todo o Brasil, revisitando seus maiores sucessos e reconquistando o público. Durante essa década, ela também participou de festivais e eventos culturais, mantendo-se ativa na cena musical.
Anos 2020: Atualizações Recentes
Em 2024, Joanna celebrou 45 anos de carreira com uma turnê que percorreu diversas cidades do Brasil, como João Pessoa, Natal, Recife, Maceió e Rio de Janeiro, e também levou seu show para Portugal, onde tem um grande fã-clube. O repertório incluiu sucessos como "Recado", "Amor Bandido" e "Amanhã Talvez", além de canções de grandes compositores como Roberto Carlos, Chico Buarque e Gonzaguinha.
Além disso, Joanna desenvolveu o projeto "Joanna e Elas", no qual fez releituras de clássicos da MPB em parceria com artistas da nova geração. Um dos destaques foi a versão de "Quando Te Vi", originalmente gravada por Beto Guedes, em dueto com a cantora Roberta Campos. A colaboração uniu gerações e mostrou a versatilidade de ambas as artistas.
Discografia Completa
1979: Nascente
1980: Estrela Guia
1981: Chama
1982: Vidamor
1983: Brilho e Paixão
1984: Joanna
1985: Joanna
1986: Joanna
1988: Joanna
1989: Primaveras e Verões
1991: Joanna
1993: Alma, Coração e Vida
1994: Joanna Canta Lupicínio
1995: Sempre no Meu Coração
1997: Joanna em Samba-Canção
1998: Intimidad
1999: 20 Anos (Ao Vivo)
2001: Eu Estou Bem
2002: Joanna em Oração (Ao Vivo)
2003: Todo Acústico
2004: 25 Anos Entre Amigos
2006: Joanna Ao Vivo em Portugal
2007: Joanna em Pintura Íntima (Ao Vivo)
2011: Em Nome de Jesus - Joanna Interpreta Padre Zezinho
2015: Joanna Canta Djavan
2017: 40 Anos de Carreira
2020: Joanna em Casa
Prêmios e Reconhecimento
Prêmio Ibero América (década de 1990): Considerada a melhor cantora do Mercado Latino.
Caravela de Prata (Portugal): Homenagem ao seu sucesso internacional.
Trofeus e Prêmios Nacionais: Reconhecimento por sua contribuição à música brasileira.
Curiosidade: Joanna já vendeu milhões de discos e recebeu inúmeros prêmios, incluindo o Ibero América dos anos 90 e a Caravela de Prata em Portugal.
Rosanah, nome artístico de Rosana Fienngo, é dona de uma das vozes mais marcantes e poderosas da música brasileira, com uma carreira que atravessou décadas e conquistou milhões de fãs. Nascida em São Paulo, no bairro do Brás, ela começou a cantar profissionalmente aos 13 anos na banda Casanova's, liderada por seu pai. Desde cedo, mostrou talento e versatilidade, tocando instrumentos como violão, teclado e piano, mas foi sua voz potente e emotiva que a destacou no cenário musical.
Seu grande sucesso veio em 1987, com a música "O Amor e o Poder", que integrou a trilha sonora da novela Mandala. A canção, uma versão de "The Power of Love", ficou semanas no topo das paradas e rendeu à cantora discos de ouro e platina. O álbum Coração Selvagem, que continha o hit, vendeu mais de um milhão de cópias e consolidou Rosanah como uma das maiores intérpretes do país. Sua voz, capaz de transmitir emoções profundas, foi essencial para o sucesso da música e para sua conexão com o público.
Ao longo da carreira, Rosanah gravou mais de 12 discos, muitos deles com grande sucesso internacional, especialmente na América Latina e Portugal. Ela também colaborou com artistas renomados, como Tim Maia, Ana Gabriel e Emmanuel, e participou de festivais e programas de TV que marcaram época, como Chacrinha e Raul Gil. Sua voz potente e versátil permitiu que ela explorasse diferentes gêneros, desde baladas românticas até ritmos mais dançantes, sempre com uma entrega emocional que cativava o público.
Nos anos 1990, a cantora explorou diferentes estilos musicais, desde rhythm and blues até dance music, e fez incursões no cinema, gravando canções para filmes da Disney, como O Corcunda de Notre Dame e Oliver & Sua Turma. Além disso, Rosanah recebeu inúmeros prêmios, incluindo cinco troféus de Melhor Cantora Popular no Prêmio de Música Brasileira.
Uma fase importante de sua vida foi a conversão ao evangelicalismo, após enfrentar dificuldades pessoais, incluindo a perda de um filho durante a gravidez. Rosanah se tornou uma figura ativa na música gospel e atribui sua fé a um momento transformador em sua vida, quando, segundo ela, recebeu uma mensagem divina sobre a chegada de seu filho Davy, que hoje é uma de suas maiores motivações.
Atualmente, Rosanah continua se apresentando pelo Brasil e exterior, além de apoiar a carreira musical de seu filho. Sua trajetória é um exemplo de talento, dedicação e superação, mas, acima de tudo, é sua voz poderosa e emocionante que permanece como um dos maiores símbolos de sua carreira, conquistando admiradores em todo o mundo.
Kátia: A Trajetória Completa de uma Voz que Encantou o Brasil
Kátia Garcia Oliveira, mais conhecida como Kátia, é uma das vozes mais icônicas da música romântica brasileira. Nascida no Rio de Janeiro em 26 de março de 1962, sua história é marcada por superação, talento e uma carreira repleta de sucessos. Deficiente visual desde o nascimento devido a complicações de um parto prematuro, Kátia transformou sua deficiência em uma força motriz, usando a música como sua principal forma de expressão e conexão com o mundo. Sua trajetória é um exemplo de resiliência e dedicação, inspirando milhões de pessoas.
Infância e Família
Kátia nasceu prematura, com apenas 1 kg, e passou 62 dias em uma incubadora. Sua deficiência visual foi causada por complicações no parto, e ela perdeu completamente a visão aos 16 anos. Filha de Dona Armênia e Waldir Cunha, um corretor de imóveis, Kátia cresceu em um ambiente familiar acolhedor. Sua mãe aprendeu braile para ajudá-la na educação, e seu avô, um pianista talentoso, foi quem a introduziu nas primeiras notas musicais.
Aos 4 anos, Kátia ganhou um piano de presente do pai. Aos 12 anos, começou a compor suas próprias músicas e a tocar violão. Aos 13 anos, já cantava em festivais e no coral da igreja de São Francisco Xavier, na Tijuca. Foi nessa época que ela conheceu Roberto Carlos, amigo de seu pai desde a juventude, que se tornaria seu padrinho artístico.
Educação e Superação
Kátia estudou em escolas públicas, enfrentando discriminação por parte de alguns professores, que não entendiam por que ela não estava em uma escola especial. Sua família, no entanto, lutou para que ela fosse incluída. Aos 7 anos, Kátia ganhou um prêmio literário por uma redação sobre o descobrimento do Brasil, competindo com alunos mais velhos.
Início da Carreira
Aos 13 anos, Kátia mostrou suas composições a Roberto Carlos, que ficou impressionado com seu talento. Ele a incentivou a fazer um teste na gravadora CBS (atual Sony Music). Em 1978, Kátia gravou seu primeiro compacto simples com as músicas "Tão Só" e "Sensações". No ano seguinte, no dia de seu aniversário, Roberto Carlos presenteou-a com a música "Lembranças", composta por ele e Erasmo Carlos. O sucesso foi imediato: o álbum vendeu mais de 1 milhão de cópias, e a música permaneceu por seis meses no topo das paradas de rádio.
Década de 1980: O Auge do Sucesso
Nos anos 80, Kátia consolidou-se como uma das vozes românticas mais amadas do Brasil. Seus principais sucessos incluem:
"Qualquer Jeito" (1986), cujo refrão "Não Está Sendo Fácil..." se tornou um bordão nacional.
"Cedo Pra Mim" (1980), presente de Roberto Carlos.
"Ah, Esse Amor" (1981).
"Até Quando" (1982).
Suas músicas foram incluídas em trilhas sonoras de novelas da Rede Globo, como "O Amor é Nosso" e "Araponga". Kátia também participou de programas de TV como Chacrinha, TV Xuxa e Globo de Ouro, consolidando sua presença na mídia.
Década de 1990: Expansão Internacional
Em 1993, Kátia gravou um álbum em espanhol, com destaque para a música "Tan Sola", que ficou 17 semanas na Billboard Latina e foi tema de novela na TV espanhola. Outro destaque foi a música "Micaela", que também fez sucesso na América Latina.
Vida Pessoal e Desafios
Kátia optou por não se casar e não ter filhos, dedicando-se integralmente à carreira artística. Em 2017, a perda da mãe mergulhou-a em uma depressão profunda. Ela afastou-se dos palcos por um tempo, mas, com o apoio da família e tratamento, encontrou forças para retomar sua carreira.
Ativismo e Projetos Sociais
Kátia sempre foi uma defensora dos direitos dos deficientes visuais. Nos anos 2000, dedicou-se a projetos sociais, trabalhando com tecnologias assistivas como o Dosvox e o Virtual Vision. Seu trabalho foi reconhecido com prêmios, incluindo um da Fundação Bradesco em 2002.
Em 2024, Kátia recebeu seu segundo cão-guia, Willie, após dois anos de treinamento. Ela compôs uma música em homenagem a Willie e ao irmão, Marcos, que faleceu antes de ouvi-la.
Carreira Recente
Kátia continua a fazer shows por todo o Brasil, reconectando-se com fãs que cresceram ouvindo suas músicas. Ela também apresenta programas de rádio online, como "Roberto Carlos entre Amigos" e "Love Songs — O Amor em Todos os Ritmos".
Para 2025, Kátia planeja gravar novos duetos e realizar uma turnê com o cantor Biafra, com quem fez uma parceria de sucesso no Nordeste.
Legado e Reconhecimento
Kátia é mais do que uma cantora; é um ícone da música brasileira e um exemplo de resiliência. Sua trajetória nos lembra que os limites estão apenas na mente e que, com talento e determinação, é possível transformar desafios em conquistas. Enquanto sua voz continuar a soar, ela será eternamente a voz romântica do Brasil, a estrela que iluminou a música brasileira e inspirou milhões a acreditarem em seus sonhos.
Redes Sociais
Siga Kátia nas redes sociais para acompanhar seus projetos e novidades:
A história da dupla Rafael e Crystiano começa muito antes do nascimento dos irmãos Valmir Barbosa (Crystiano), nascido em 3 de setembro de 1972, e Valtair Barbosa (Rafael), nascido em 8 de setembro de 1974, ambos em Rio do Campo, Santa Catarina. A paixão pela música já estava presente na família, tanto por parte da mãe Maria, quanto do pai, Valdir Pedro Barbosa.
Maria cresceu em um ambiente musical, cantando com seus irmãos no caminho da roça, enquanto realizavam tarefas do dia a dia. A música era uma forma de alegria e união na família.
Valdir Pedro, por sua vez, tocava violão e cantava em encontros de fim de semana com familiares e amigos, animando as festas da comunidade, mas, como muitos artistas regionais, nunca teve a oportunidade de seguir uma carreira profissional.
O Sonho Musical Adiado: O Legado dos Pais
Após se casarem, Valdir e Maria Leza nunca cantaram juntos. A música era um sonho individual de Valdir e Maria, mas as responsabilidades de criar seis filhos os afastaram desse objetivo. Valdir chegou a tentar retomar sua paixão formando a dupla Piuna e Piazza, mas as demandas da vida familiar e a falta de oportunidades impediram o avanço do projeto. Apesar disso, o amor pela música nunca se apagou e foi passado adiante, especialmente para Valmir e Valtair.
O Despertar de Crystiano
Valmir Barbosa, que mais tarde adotaria o nome artístico de Crystiano, desde pequeno, demonstrava um grande interesse pela música. Ele pegava um pedaço de madeira e cantava, imitando um violão. Seu pai, Valdir, percebendo o talento e a paixão do filho, presenteou-o com um violão de verdade. Esse foi o pontapé inicial para o sonho de Crystiano se tornar um músico.
Durante a faculdade de enfermagem, formou uma dupla chamada Zé Elias e Valmir, onde começou a ganhar experiência no cenário musical. No entanto, essa parceria não durou muito tempo.
A Vida Antes da Música
Antes de se dedicarem à música, os irmãos enfrentaram a realidade do trabalho duro. Valmir (Crystiano) trabalhou em uma fábrica de empalhar cadeiras, farmácias e hospitais, enquanto Valtair (Rafael) atuou em uma fábrica têxtil, na produção de camisetas, e também em almoxarifado.
O Início da Dupla Rafael e Crystiano
Enquanto isso, Rafael (Valtair), o caçula da família, começou a demonstrar interesse pela música. Durante uma visita à casa dos pais, Valmir o viu tocando violão e cantando. Impressionado com o talento do irmão, Valmir o convidou para formarem uma dupla. Assim, em 1996, nascia a dupla Rafael e Crystiano. O nome da dupla foi inspirado na famosa dupla Cristian & Ralf, que fazia muito sucesso na época.
A dupla começou a carreira com ensaios e a gravação do single 'Quero Ouvir a Tua Voz', que rapidamente se tornou um sucesso na região do Alto Vale do Itajaí, especialmente em Rio do Sul. A música foi a mais tocada na Rádio Mirador AM, com inúmeros pedidos por telefone e cartas dos ouvintes.
O locutor Lourival Goulart, do programa Show da Manhã, foi um grande apoiador da dupla, ajudando a consolidá-la como uma das principais atrações da região.
Primeiro Show e Sucesso Regional (1997)
No final de 1997, a dupla fez seu primeiro show de lançamento em um evento chamado Natal dos Sonhos, realizado em uma praça pública na cidade de Rio do Sul-SC. A apresentação foi um marco, atraindo mais de 10 mil pessoas e consolidando a dupla como uma das principais atrações da região. Aquele ano foi excepcional para Rafael e Crystiano, se apresentando nas principais festas e eventos do Alto Vale do Itajaí.
Pedras que Surgiram na Estrada (1998-1999)
Em 1998, a dupla cruzou caminhos com um produtor de São Paulo chamado Jaime Sandoval, que se apresentou como um profissional capacitado e lhes prometeu a produção de um CD em um dos grandes estúdios da capital paulista. No entanto, a oportunidade promissora logo se transformou em uma grande desilusão. A produção carecia de qualidade e não refletia a identidade musical da dupla, resultando em um trabalho distante de sua essência artística. Além disso, as cláusulas acordadas não foram cumpridas, e descobriu-se que o produtor não tinha o renome que alegava. Na época, impulsionados pela simplicidade e pela confiança que lhes eram características, a dupla e sua equipe deixaram-se levar pela esperança de que aquele projeto representaria um marco decisivo em suas carreiras. Infelizmente, o resultado foi uma decepção marcante, que impactou negativamente sua trajetória artística.
Mudança para São Paulo e Criação do RC Master Estúdios (1999)
Em março de 1999, buscando novas oportunidades, a dupla mudou-se para São Paulo. Nessa nova fase, contaram com o apoio fundamental dos irmãos José Valdir Barbosa e Ana Maria Barbosa. José Valdir permaneceu ao lado da dupla até aproximadamente 2010, enquanto Ana Maria ficou até o fechamento do estúdio em 2017, demonstrando a união e o apoio familiar que foram essenciais para a trajetória da dupla.
Em São Paulo, a dupla montou seu próprio estúdio de masterização, chamado RC Master. Esse foi o primeiro passo para retomar a carreira e se consolidar no mercado musical paulista. Nesse período, com parcerias como o Maestro Adaozinho e outros estúdios da capital, conseguiram retomar a carreira, gravando assim um terceiro disco e voltando às origens. O trabalho foi mixado em Joinville - SC pelo Maestro Carlos Luz (Maestro responsável pelo primeiro trabalho da dupla). Esse trabalho voltou a ser bem executado na região do Alto Vale de Santa Catarina, com destaque para a música "Gosto Dela e Daí".
Logo depois, em parceria com o Estúdio Alabamba e o Maestro Adeildo Lopes, gravaram um disco pela gravadora Pop Music e Mixado por Ademir Rodrigues. Esse projeto posteriormente foi adaptado e lançado também em Portugal.
Produção dos CDs dos Pais e Expansão para o RC Estúdios (2005)
Em 2005, a dupla expandiu suas atividades com a criação do RC Estúdios, um espaço completo para gravações e produções musicais. Além de seus próprios trabalhos, eles abriram as portas para outros artistas, gravando e masterizando projetos de nomes consagrados da música sertaneja e regional.
No RC Estúdios, também realizaram um sonho antigo da família: gravar os pais, Valdir Pedro e Maria Leza, de forma profissional. Eles produziram três CDs dos pais, que formavam uma dupla musical. Esses projetos foram produzidos por Rafael e Crystiano, mostrando o talento deles também como produtores.
Conexão com Grandes Nomes da Música
Durante esse período, passaram pelo estúdio, seja para um projeto completo, como o último CD de Enezita Barroso, ou apenas para participações em projetos de terceiros, grandes nomes da música, tanto da velha guarda quanto artistas mais recentes. Entre os amigos e colaboradores, estavam Chico Amado e Xodó, Muniz Teixeira e Joãozinho, Ronaldo Adriano, Maracaí, Sílvio Brito, Bob e Róbson, Liu e Léu, Enezita Barroso, César Menotti e Fabiano, Mato Grosso e Mathias, Marcos Roberto, Maestro Adeildo Lopes, Maestro Neldon Farias, Maestro Mantovani, Maestro Anderson, Maestro Karan, entre outros.
O Último Trabalho da Dupla
O último trabalho da dupla foi o álbum 'Encontro de Gerações', lançado em 2012. O disco duplo celebrava a trajetória musical da família Barbosa:
DISCO 1: Valdir Pedro e Maria Leza, com músicas que marcaram sua carreira como dupla.
DISCO 2: Rafael e Crystiano, com canções que representam sua trajetória e parcerias com outros artistas.
Encerramento da Atividade do Estúdio e Dupla
Em setembro de 2017, após mais de 20 anos de carreira, a dupla decidiu encerrar as atividades do RC Estúdios e da própria dupla, diante das mudanças no cenário musical e da necessidade de seguir novos rumos.
Trajetória Pós-Encerramento
Crystiano (Valmir Barbosa): Retornou a Santa Catarina, afastando-se dos palcos e da música.
Rafael (Valtair Barbosa): Permaneceu em São Paulo, dedicando-se ao ramo empresarial.
Paulo de Paula (nascido
Agenor Barbosa de Almeida em 1949, em Mantena, Minas Gerais)
é um cantor e compositor brasileiro, reconhecido como um dos grandes nomes da
música romântica nas décadas de 1970 e 1980. De origem modesta e simples, ele
passou sua infância em Assis Chateaubriand, no Paraná, onde começou a
demonstrar seu interesse pela música e pelo entretenimento. Antes de seguir a
carreira musical, Paulo de Paula teve várias profissões, incluindo trabalhar
como vendedor em uma loja Discolândia e como pintor. Ele
também apresentava o Festival das Casas Santo Antônio,
vestido de Papai Noel, um indício de sua conexão com a arte e o público.
Sua carreira musical começou no final dos anos 1970, após uma breve incursão
no gênero sertanejo, que incluiu a gravação de um disco em homenagem a
Tonico e Tinoco pela CBS em 1976. No
entanto, foi ao ser descoberto pela gravadora RGE que ele
encontrou seu verdadeiro nicho. Os técnicos de marketing da RGE viram nele um
artista capaz de preencher uma lacuna específica no mercado musical, apostando
em seu potencial. O resultado foi o lançamento de seu primeiro compacto em
1977, com as músicas "Quarto de Mansão" e
"Moisés, Um Santo de Areia". O disco vendeu mais de
160 mil cópias e alcançou o 3º lugar na
Parada Nacional de Sucessos, consolidando Paulo de Paula como
um fenômeno da música romântica. "Quarto de Mansão" se tornou
um hino, tocando incessantemente nas rádios e conquistando o público
brasileiro.
Em 1978, Paulo de Paula lançou seu primeiro LP, intitulado
"Realidade", que incluía sucessos como
"Quarto de Mansão" e
"Moisés, Um Santo de Areia". O álbum solidificou sua carreira
e o colocou ao lado de grandes nomes da música romântica brasileira, como
Agnaldo Timóteo, Nelson Ned e
Waldick Soriano. Sua participação no programa do
Chacrinha, onde foi o primeiro cantor a
participar do quadro "Cantor Mascarado", reforçou sua
relevância cultural e histórica. Ele ficou
quatro semanas consecutivas no programa, cantando
"Quarto de Mansão" para todo o Brasil.
Paulo de Paula também fez sucesso em Portugal, onde
conquistou o público local e teve um breve romance com uma
chacrete famosa da época. Sua carreira internacional reforçou
sua notoriedade e impacto no cenário musical. Além disso, ele vem de uma
família de artistas: seu irmão, Lidio Mar, também é cantor e
gravou discos pela gravadora Copacabana no final dos anos
1970 e início dos anos 1980. Lidio Mar foi guitarrista de Paulo de Paula e
viajou com ele por todo o Brasil, compartilhando palcos e histórias.
Como compositor, Paulo de Paula deixou um legado
significativo. Sua música "Quarto de Mansão" foi regravada
por diversos artistas, incluindo Amado Batista, que sempre
menciona Paulo de Paula como uma de suas principais influências. A página
dedicada a ele como compositor no
Instituto Memória Musical Brasileira (IMMuB)
documenta essa importante faceta de sua carreira.
Nos últimos anos, Paulo de Paula enfrentou problemas de saúde que afetaram sua
voz e mobilidade. No entanto, ele está em processo de recuperação e, segundo
seu irmão Lidio Mar, vive a melhor fase da vida atualmente.
Apesar das limitações, ele entende tudo ao seu redor e continua acompanhando a
carreira musical, inspirando fãs e colegas de profissão com sua resiliência.
Sua conversão religiosa e a composição da música
"Fonte de Felicidade" refletem sua transformação pessoal e
espiritual, marcando um novo capítulo em sua vida.
Paulo de Paula construiu um legado significativo na música romântica brasileira. Suas músicas, como "Quarto de Mansão" e "Cama Solitária", continuam sendo tocadas e lembradas no Brasil. Ele é considerado um dos pioneiros do gênero e influenciou uma geração de artistas. Sua história de superação e dedicação à música inspira fãs e colegas até os dias atuais.
Discografia
Álbuns de Estúdio
Ano
Título
Gravadora e Catálogo
Capa do Disco
Faixas
1976
Homenagem a Tonico e Tinoco
CBS Tropicana Serie Cantagalo
Cabocla
Chico Mineiro
Velhas Cartas
Eu e a lua
Vem depressa
Recordação
Mamãe, mamãe
Pé de Ypê
Gandoleiro do Amor
Amor de Artista
Sereno da Madrugada
1977
Quarto de Mansão
Compacto duplo RGE 3010176
Lado A - Quarto de Mansão
Lado B - Moises, Um Santo de Areia
1978
Realidade
RGE 3080044
Realidade
Obrigado Doutor
Nosso Amor Ainda Existe
A Moça da Piscina
Triste Aniversário
Quarto de Mansão
O Homem das Rosas
Linda Menina
Acredite Mais em Mim
Eterno Amor
Te Enganei
Moisés, Um Santo de Areia
1980
Capa de Revista
Discos Chororó LPC 10.385
Capa de Revista
Cama Solitária
Esse Meu Coração Sem Juízo
Onde Foi o Nosso Amor
Olho de Vidro
Amigo da Estrada
Saciada e Bela
Secretária da Beira do Cais
Roda Gigante
Doce Ilusão
1980
A Procura da Paz
RGE Catálogo: 308.0082
A Primeira Vez
Volte Papai
Quero Ser o Infinito
Buraquinho na Parede
A Procura da Paz
Não Maltrate Meu Coração
O Guardião
Futura Separação
Nossa Canção
Revista Proibida
Não Somos Culpados
Cama Solitária
Realidade
1981
O Homem das Rosas
Som Livre Released on: 1981-11-24
A Moça da Piscina
Acredite Mais em Mim
Buraquinho na Parede
Cama Solitária
Futura Separação
O Guardião
O Homem das Rosas
Quarto de Mansão
Realidade
Revista Proibida
Triste Aniversário
Volte Papai
1981
Como Sempre Sonhei
Gravadora Laço/Ariola refe. 040.010
Como Sempre Sonhei
Boa Noite Amor
Guarânia da Saudade
Minha Janela
Respeite a Vida
Falso Paraíso
Dentro do Meu Carro
Fruto de Nós Dois
O Milionário
No Amor Não Tive Lugar
No Meio da Noite
Brak Brak
1984
O Incêndio
Chantecler Catálogo: 2.77.405.001
O Incêndio
Meu Velho Querido
Meu Sonho de Amor
O Pobre Não Tem Vez
A Volta do Filho
O Desemprego
Aluga-se Uma Vaga
Sou Aquele
Beijo do Passado
Sede de Amor
Promessas de Amor
Como Sempre Sonhei
1990
Fonte de Felicidade
Paulo de Paula 01 Janeiro de 1990
Fonte de Felicidade (Davi Amaral e Carlos Tatu)
Você Passou em Minha Vida (Leomar e Nedabias)
Tem Pena de Mim (Reginaldo Sodré e A. Batista)
Desiludido (Carlos Roberto)
Eu Vou Mudar Minha Cabeça (Vilson e Leonel)
O Pobre Não Tem Vez (Vicente Dias)
Montanha Maior do Mundo (Amilton Lê-lo)
A Menina do Park (Divan e Edinei Santos)
Cruz de Crista (Zé da Praia)
Não Deixe Nosso Amor Morrer (Luiz de Lara e Bruno Nher)
Cama Solitária (Davi Amaral e Jair Roberto)
Cortina Verde (Julinho e Clarisom)
Longe do Amor (Lindomar Castilho e Letinho)
Quarto de Mansão (Zé da Praia e Paulo de Paula)
1991
Noventa Minutos Com Paulo de Paula
Paulo de Paula 01 Janeiro de 1991
Noventa Minutos
Sonhos
Sentindo sua Falta
Quarto de Mansão
Impiedosa
Servente de Pedreiro
Guarde esse Anel
A última vez
Apaixonados
Tome cuidado meu bem
1999
Separado de Cama
USA Records 12 Janeiro de 1999
Separado de Cama
Eu Estou Aqui
A Mulher de 33
Um Dia Você Vai Chorar
Cem Por Cento
Grito de Alerta
Do Outro Lado da Rua
Drama
Minhas Coisas
Coração de Pai
Onde Andará Você
Reciclagem (part. Ruiter Costa)
2002
Só o Amor Constrói
USA Records 15 de outubro de 2002
Só o Amor Constrói
Na Hora do Adeus
Ponto Final
Castelo de Sonhos
Onde Foi o Nosso Amor
A Moto
Não Consigo Te Esquecer
Próximo Encontro
Amor Desfeito
Minha História
Quem Te Ama Sou Eu
E Agora Coração
2017
Esperando Você
USA Records 01 de Março de 2017
Loucuras de Amor
Esperando Você
Falsa Ilusão
Animais Irracionais
Amor Sem Preconceito
Não Tenho Dinheiro
Ninho de Felicidade
O Perfume
Cartas Marcadas
Medo Vira Razão
O Bem Amado
Quatro Estações
Compilações
Ano
Título
Gravadora e Catálogo
Detalhes
1983
Sucessos de Ouro
RGE
Coletânea dos maiores sucessos da década de 1970.
1995
Os Grandes Sucessos de Paulo de Paula
Chantecler
Reúne clássicos como "Quarto de Mansão" e "Castelos de Sonhos".