sexta-feira, 14 de março de 2025

ABILIO FARIAS

Abílio Farias

José Abílio de Moura Farias, conhecido artisticamente como Abílio Farias, foi um cantor brasileiro de estilo brega-romântico que deixou sua marca na música popular do Norte e Nordeste do Brasil. Nascido em Itacoatiara, no Amazonas, em 23 de fevereiro de 1947, Abílio iniciou sua carreira ainda na adolescência, aos 14 anos, cantando como amador na Rádio Baré, em Manaus. Foi ali que ele descobriu seu talento e conquistou um público fiel, que o acompanharia por décadas.

Abílio Farias consolidou-se como um dos grandes nomes da música brega, seguindo o estilo romântico e popular imortalizado por artistas como Waldick Soriano. Sua carreira ganhou impulso em 1977, quando foi levado ao Rio de Janeiro para gravar seu primeiro LP, intitulado Abílio Farias, pela gravadora Tapecar. A mesma gravadora já havia lançado outro ícone da música regional, Bartô Galeno, que se tornou uma grande influência para Abílio. Bartô não apenas abriu portas para o cantor amazonense, mas também contribuiu com quatro composições para o disco de estreia, incluindo o sucesso "Vou Fechar o Cabaret", que se tornou um marco na carreira de Abílio e permanece até hoje como um clássico em coletâneas musicais.

Ao longo dos anos 1970, Abílio Farias participou do famoso quadro "Cantor Mascarado", no programa de Chacrinha, consolidando-se como um artista querido pelo público. Em 1999, ele lançou o CD "Abílio Farias - Revive o Sucesso", pela EMI Brazil, que incluía regravações de seus maiores sucessos, como "Mulher Difícil, Homem Gosta", "Que Pena" e "Cabeça Oca". Essas músicas, marcadas por letras simples e melodias cativantes, refletiam o cotidiano e os sentimentos do povo, o que garantiu a Abílio um lugar especial no coração de seus fãs.

Com mais de 40 anos de carreira, Abílio Farias gravou 8 LPs e 13 CDs, tornando-se um dos artistas mais prolíficos e respeitados do gênero brega. Seu maior sucesso, "Mulher Difícil, Homem Gosta", é até hoje lembrado como um hino da música popular brasileira. Além disso, sua interpretação de "Negue", originalmente gravada por Nelson Gonçalves e Maria Bethânia, popularizou ainda mais a canção, mostrando sua capacidade de reinventar clássicos.

Apesar de sua carreira sólida, Abílio enfrentou desafios pessoais, incluindo uma luta de 30 anos contra a dependência química. Ele conseguiu superar o vício cinco anos antes de sua morte, ocorrida em 14 de junho de 2013, aos 66 anos, devido a complicações cardíacas. Abílio faleceu no Hospital do Coração, em Manaus, e seu velório foi marcado por uma emocionante homenagem: a execução da música "Luzes da Ribalta", de Charles Chaplin, interpretada por seu amigo, o coronel Martins. A escolha da canção foi um pedido do próprio Abílio, que havia feito um pacto com o amigo para que um prestasse essa homenagem ao outro no momento da despedida.

Abílio Farias deixou um legado musical inestimável, além de quatro filhos, todos criados em um ambiente artístico. Seu último show aconteceu em Humaitá, a 675 quilômetros de Manaus, e ele planejava uma turnê pelo Nordeste no segundo semestre de 2013. Seu último álbum foi uma homenagem a Waldick Soriano, outro grande nome da música brega, reforçando a admiração e a conexão entre os dois artistas.

Até hoje, Abílio Farias é lembrado como um dos maiores representantes da música popular do Norte e Nordeste, um artista que, mesmo sem o apoio massivo da mídia, conquistou o público com sua voz, suas interpretações e sua dedicação à música que o povo ama. Sua história é um testemunho do poder da música como expressão genuína da cultura e dos sentimentos de uma região.

Discografia

LPs

  • 1977 - Abílio Farias; Tapecar
  • 1979 - Coração Indeciso; Som Livre
  • 1981 - O Preço da Saudade; Acorde
  • 1984 - Foi Preciso Sofrer; Chantecler
  • 1988 - Esquina da Noite; Tropical
  • 1993 - Aos Meus Cabelos Brancos; Performance
  • 1999 - Abílio Farias - Revive o Sucesso; EMI

Fontes
















Nenhum comentário:

Postar um comentário

Elizabeth – A Gatinha do Mato da Jovem Guarda

Elizabeth – A Gatinha do Mato da Jovem Guarda Elizabeth – A Gatinha do Mato da Jovem Guarda Uma estrela que brilhou...