Arturzinho: Uma Biografia Detalhada do Ícone da Jovem Guarda

Arturzinho: Uma Biografia Detalhada do Ícone da Jovem Guarda

José Artur Azevedo Nogueira, carinhosamente conhecido como Arturzinho, nasceu em Barretos, interior de São Paulo, em 21 de março de 1949, marcando o início de uma trajetória musical que se tornaria um capítulo vibrante na história da música popular brasileira. Sua voz, inconfundível e cheia de energia, ecoou pelos lares do país, especialmente durante a efervescente era da Jovem Guarda, consagrando-o como um dos seus maiores ídolos.

A paixão pela música floresceu cedo na vida de José Artur. Ainda jovem, começou a dar seus primeiros passos no cenário musical, culminando com a formação da banda "Drive Man" em 1966, no coração de São Paulo. A grande oportunidade surgiu no programa de calouros de Julio Rosenberg, onde o jovem José Artur ganhou o apelido que o acompanharia por toda a vida: "Arturzinho", uma referência afetuosa à sua juventude e compleição física.

Em dezembro de 1966, aos 17 anos, Arturzinho lançou seu primeiro compacto pela prestigiada gravadora Continental, sob a experiente direção de Alfredo Borba. O single trazia no lado A a contagiante "Na Crista Da Onda" (Julio Rosemberg / Baby Santiago) e, no lado B, a doce "Mil Garotas". Ambas as canções ascenderam rapidamente nas paradas radiofônicas, conquistando o público jovem e firmando o nome de Arturzinho no promissor cenário musical brasileiro. Curiosamente, antes de sua própria interpretação ganhar os corações do público, Arturzinho já demonstrava seu talento ao apresentar em seus shows a canção "O Caderninho" (Olmir Stocker (Alemão)), que posteriormente se tornaria um sucesso estrondoso na voz de Erasmo Carlos. Sua versatilidade e paixão pela música o levaram também a participar da coletânea "As 12 Brasas", lançada pela Continental, onde interpretou a melancólica "Estou Só" (Mário Faissal).

O ano de 1967 consolidou ainda mais sua presença no mercado musical. O rock "Na crista da onda" foi incluído na coletânea "Festa da juventude", da Continental. No mesmo ano, a mesma gravadora lançou o LP "As 12 brasas", que incluiu sua interpretação para a balada "Estou só" (Mário Faissal). Ainda nesse ano, fez sucesso com as baladas "Não Toque Este Long-Play" (Mário Faissal), "Prova De Amor" (Marcos Roberto / Dori Édson) e "Carroussel" (Eduardo Araújo / Chil Deberto). Em 1968, Arturzinho conheceu o auge do sucesso com a música "Roda Gigante" (Miltinho Rodrigues / Marcos Antônio), que se tornou a mais tocada do ano, lançada em compacto que trazia no lado B a música "O que é bom dura pouco" (Vanusa).

Em 1969, participou de duas coletâneas: "As 13 de mais sorte", da Caravelle, interpretando a balada "Baby" (Elizabeth), e "As 14 Pra frente - Vol 4", da Continental, interpretando a balada "Roda gigante". Em 1970, teve duas gravações incluídas na coletânea "As 13 da sorte - Vol. 2", da gravadora Caravelle: "Quando eu disser adeus" (Totó) e "Sou gamado nela" (Cléo Galanth). Em 1971, participou da coletânea "As 13 da sorte - Vol. 3", da gravadora Caravelle, interpretando a balada "Eu te amo tanto" (Mário Faissal).

Em 1974, quando o movimento da Jovem Guarda já havia perdido força, Arturzinho mudou um pouco seu foco artístico e gravou a marcha carnavalesca "Mama mia" (Jean Pierre, Jony Santos e Conde Fernete), incluída na coletânea "Brasil você é joia - Isso é que é... Carnaval 1975", da Rosicler/Chantecler. Essa marcha seria ainda incluída na coletânea "Carnaval", da Musicolor/Continental, de 1981. Em 1988, a Phonodisc/Continental lançou o LP "Sonhos dourados - Os sucessos dos anos 60" que incluiu sua gravação da balada "O caderninho" (Erasmo Carlos).

Ao longo de sua carreira, Arturzinho marcou presença em programas de televisão, incluindo frequentes aparições no programa "Os Galãs Cantam e Dançam aos domingos" de Silvio Santos. Em 2005 e 2006, apresentou-se nos programas televisivos "Programa do ratinho" e "Quarta Maravilha". Em 2007, fez apresentação nos festejos dos 50 anos da APDC Regional, na cidade paulista de Jaú. Em 2011, sua carreira foi celebrada com o lançamento da antologia "Arturzinho - Antologia 1966-1981". Esta compilação, criada pelo colecionador Valdir Siqueira, do Rio de Janeiro, reúne 27 músicas que marcaram a trajetória do cantor.

Discografia - Compactos:

Scala - - (1965)
1. O Arrependimento (Carlos Mendes / Mourão Filho)
2. Cinzas Do Passado (Cláudio de Barros)
Continental - 33-480 (1966)
1. Na Crista Da Onda (Julio Rosemberg / Baby Santiago)
2. Mil Garotas
Continental - CS-50.026 (1967)
1. O Caderninho (Olmir Stocker (Alemão))
2. Carrossel (Eduardo Araújo / Chil Deberto)
Continental - CS-50.081 (1967)
1. Não Toque Êste Long-play (Mário Faissal)
2. Prova De Amor (Marcos Roberto / Dori Édson)
Continental - CS-50.116 (1968)
1. Roda-gigante (Miltinho Rodrigues / Marcos Antônio)
2. O Que É Bom Dura Pouco (Vanusa)
Caravelle - CS-CAR 1090 (N/D)
1. Baby (Elizabeth)
2. Eu Preciso De Amor (Marcos Roberto)
Caravelle - CS-CAR 1118 (N/D)
1. Tempo De Criança (Miltinho Rodrigues)
2. Canção Que Não Esqueço (Geraldo Nunes / Carlos Diniz)

Discografia - Coletâneas:

Festa da Juventude (Continental, 1967) - Inclui "Na Crista da Onda"
As 12 Brasas (Continental, 1967) - Inclui "Estou Só"
As 13 de mais sorte (Caravelle, 1969) - Inclui "Baby"
As 14 Pra frente - Vol 4 (Continental, 1969) - Inclui "Roda gigante"
As 13 da sorte - Vol. 2 (Caravelle, 1970) - Inclui "Quando eu disser adeus" e "Sou gamado nela"
As 13 da sorte - Vol. 3 (Caravelle, 1971) - Inclui "Eu te amo tanto"
Brasil você é joia - Isso é que é... Carnaval 1975 (Rosicler/Chantecler, 1974) - Inclui "Mama mia"
Carnaval (Musicolor/Continental, 1981) - Inclui "Mama mia"
Sonhos dourados - Os sucessos dos anos 60 (Phonodisc/Continental, 1988) - Inclui "O caderninho"